quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Estudo: mega buracos negros surgiram pouco depois do Big Bang


Os primeiros buracos negros gigantes surgiram relativamente pouco tempo depois do Big Bang que criou o universo, indica um estudo que poderá obrigar a reescrever os factos sobre a formação das galáxias. Os buracos negros comuns são entidades de massa cuja pressão gravitacional é tão forte que nem sequer a luz consegue escapar deles. No entanto, são pequenos se comparados com esses mega-buracos negros.

Desde que o primeiro desses mega buracos negros foi descoberto há 12 anos - os astrónomos chegaram à conclusão de que cada galáxia, incluindo a Via Láctea, tem um buraco negro supermaciço em seu centro, alguns dos quais têm uma massa bilhões de vezes maior do que a do nosso Sol.

Esses buracos negros parecem um fenómeno surgido da ficção científica, pois engolem as estrelas e os planetas que se aproximam de sua gravitação. No entanto, este acto pode não ser meramente destrutivo. Ao atrair e agitar o gás interestelar, o buraco negro também pode ser uma força criadora, ajudando a gerar novas estrelas e sistemas solares, afirmam os astrofísicos.

Num estudo publicado na revista científica Nature, cientistas codirigidos por Lucio Mayer, professor de física teórica da Universidade de Zurique, afirmam que os primeiros mega buracos negros foram criados cerca de 1 mil milhões de anos depois da explosão da qual surgiu o universo, há 14 mil milhões de anos.

Sua simulação, criada por supercomputadores, mostra gigantescas protogaláxias que se chocam, fundindo-se numa densa nuvem de gás que depois sofre um colapso gravitacional e finalmente forma um enorme buraco negro.

Este estudo questiona a teoria clássica sobre a forma com que crescem as galáxias. "Nossos resultados demonstram que as grandes estruturas - tanto as galáxias como os buracos negros massivos - são criados rapidamente na história do universo", afirma um dos autores, Stelios Kazantzidis, da Universidade do Estado de Ohio.

Nesse caso, as implicações na cosmologia seriam muito profundas. "Por exemplo, a ideia clássica de que as propriedades e a massa do buraco negro central de uma galáxia crescem de forma paralela terá de ser revista", afirmou Kazantzidis.

"Em nosso modelo, o buraco negro cresce muito mais rápido do que a galáxia. Por isso, pode ser que o buraco negro não seja regulado de nenhuma maneira pelo crescimento da galáxia. Pode ser que a galáxia fosse regulada pelo crescimento do buraco negro", acrescentou.

A simulação em computador baseia-se em recentes estudos que indicam que as primeiras galáxias surgiram depois do Big Bang, antes do que se acreditava anteriormente, e incluíam estrelas que eram muito maiores do que as atuais estrelas, até 300 vezes a massa de nosso Sol.

Segundo esta nova perspectiva, o gás e o pó no centro da galáxia fundidos se condensaram para formar um disco hermético. Depois, este disco se tornou instável e o gás e o pó voltaram a se contrair, formando uma nuvem ainda mais densa que, no final, gerou um buraco negro supermassivo.

fonte: terra

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