sábado, 25 de setembro de 2010

Supercomputador simula como seria o Sistema Solar visto de longe


Simulação de como um ET veria a poeira do Sistema Solar actual, em luz infravermelha. Falha na poeira do cinturão de Kuiper denunciaria o planeta Neptuno para um observador alienígena

Novas simulações de supercomputador rastreando interações de milhares de grãos de poeira mostram como o Sistema Solar pode parecer para um astrónomo alienígena em busca de planetas. Os modelos também oferecem um vislumbre de como essa visão pode ter mudado à medida que o Sistema Solar amadureceu.

"Os planetas podem ser muito tênues para serem vistos directamente, mas alienígenas que estudassem o Sistema Solar poderiam descobrir facilmente a presença de Neptuno, já que sua gravidade abre um vão na poeira", disse, em nota distribuída pela Nasa, o astrofísico Marc Kuchner, que encabeçou o estudo. "Esperamos que nosso modelo ajude a encontrar planetas do tamanho de Neptuno em volta de outras estrelas".

A origem da poeira é o cinturão de Kuiper, uma área além de Neptuno onde milhões de corpos congelados - incluindo Plutão - orbitam o Sol.

Cientistas acreditam que a região é uma versão mais velha e reduzida dos discos de detritos que actualmente são observados em órbita de estrelas como Vega e Fomalhaut.

"Nossas simulações também permitem ver como a poeira do cinturão de Kuiper era quando o Sistema Solar era muito jovem", disse Christopher Stark, que foi colega de Kuchner na Nasa.

Objectos do Kuiper ocasionalmente colidem entre si, e esse processo de choque após choque produz uma frota de partículas de poeira. Rastrear como essa poeira viaja pelo espaço não é tarefa simples, porque as partículas estão submetidas a uma série de forças além da gravidade, como a pressão do vento solar.

As partículas também colidem entre si, o que pode destruí-las. Um artigo científico com os novos modelos, os primeiros a incluir os efeitos das colisões entre grãos, foi publicado no Astronomical Journal.

Com a ajuda de um supercomputador, os investigadores acompanharam 75.000 partículas de poeira durante a interação com os planetas exteriores, a luz do Sol, o vento solar e umas com as outras. A partir dos dados resultantes, foram criadas imagens sintéticas representando visões em infravermelho do Sistema Solar visto de longe.

Por conta de efeitos gravitacionais, Netuno lança partículas próximas em órbitas específicas, o que cria uma zona limpa perto do planeta, além de áreas de maior concentração de grãos em pontos de sua trajetória.

fonte: Estadão.com

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