segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cientistas revertem processo de envelhecimento em ratos

Cientistas de Harvard estão mais perto de inverter o processo de envelhecimento nos humanos, depois de rejuvenescerem os órgãos de ratos de idade avançada.


A recuperação surpresa dos animais dá esperança aos cientistas quanto ao rejuvenescimento humano

Uma equipa de cientistas de Harvard desenvolveu um tratamento capaz de tornar ratos velhos e fracos em animais saudáveis, através do rejuvenescimento dos seus corpos, um processo conseguido graças à modificação genética dos seus corpos.

No estudo publicado na revista "Nature", a equipa liderada pelo investigador Ronald dePinho revela que se sabe pouco sobre o processo de envelhecimento, mas que este é causado por inúmeros fatores. Este grupo de Harvard concentrou-se no processo de encolhimento de telómeros.

A maioria das células no nosso corpo contém 23 cromossomas. No fim desses cromossomas encontra-se uma camada de proteção, o telómero. Sempre que uma célula se divide, o telómero encolhe, até que este deixe de funcionar e a célula ou morre ou fica suspensa num estado conhecido como senescência. É este o processo que está por trás de grande parte do desgaste associado ao envelhecimento.

Ratos velhos com idade nova

Para impedir o encolhimento de telómeros, a equipa de Ronald dePinho criou um grupo de ratos geneticamente modificados sem a enzima telomerase, que impede os telómetros de diminuírem. Sem essa enzima os ratos envelheceram rapidamente e sofreram várias doenças, mas quando os cientistas injetaram as enzimas nos ratos esta reparou os tecidos danificados e reverteu os sinais de envelhecimento nos mesmos ratos.

"O que vimos nestes animais não foi um atrasar ou estabilizar o processo de envelhecimento. Assistimos a uma dramática reversão e isso foi inesperado" contou Ronald dePinho, o líder da equipa.

"Estes eram animais de idade avançada, mas depois de um mês de tratamento mostraram uma reparação substancial, incluindo o crescimento de novos neurónios nos seus cérebros", acrescentou o cientista que revelou ainda o próximo passo: repetir o truque em humanos.

Próxima etapa: humanos

A ativação da telomerase não pode ser aplicada diretamente no ser humano, já que esta enzima é "desligada" quando atingimos a idade adulta, por forma a impedir que as células aumentem de tamanho sem qualquer controlo e se tornem cancerígenas. Assim, ao aumentar os níveis da telomerase em adultos pode parar o envelhecimento destas, mas também aumenta o nível de desenvolver cancro.

Uma terapia anti-envelhecimento como esta poderá ter um enorme impacto na saúde pública, ao ser capaz de reduzir as doenças relacionadas com a idade avançada e prolongar a qualidade de vida de uma sociedade extremamente velha.

E este estudo também promete fazer as delícias da nossa sociedade, já que acaba com a pior etapa da nossa vida que é envelhecer, algo que acontece a cada segundo que passa. Pelo menos até os cientistas descobrirem uma forma de aplicar a enzima sem o risco de desenvolver qualquer tipo de cancro.

fonte: Expresso

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