domingo, 28 de novembro de 2010

Faixa 'desaparecida' de Júpiter está a aparecer, dizem cientistas

Faixa foi camuflada por nuvens brancas, que começam a se dissipar e a abrir caminho para material escuro

Novas imagens da Nasa indicam que uma das faixas que "desapareceu" da atmosfera no planeta Júpiter há alguns meses está dando sinais de aparecer. As novas observações ajudarão os cientistas a entender melhor a interação entre os ventos do planeta gigante e a química de suas nuvens.


Sobreposição de imagens infravermelhas mostra começo da limpeza da camada de nuvens

No primeiro semestre, astrónomos amadores notaram que uma antiga faixa de coloração castanha, conhecida como Cinturão Equatorial Sul, logo abaixo do equador do planeta, havia embranquecido. No início de Novembro, o astrónomo amador Christopher Go, das Filipinas, viu um ponto incomumente brilhante na área onde antes ficava a faixa. O fenómeno chamou a atenção dos cientistas da Nasa.

Depois de realizar observações com vários telescópios, os investigadores agora acreditam que a faixa está mesmo voltando.

"O motivo pelo qual Júpiter pareceu 'perder' a faixa - que se camuflou entre as faixas brancas ao redor - é que ventos secos que mantinham a região sem nuvens pararam", disse Glenn Orton, investigador do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

"Uma das coisas que estávamos procurando nas imagens de infravermelho era evidência de que o material escuro emergindo a oeste da mancha brilhante era, na verdade, o início da limpeza da camada de nuvens, e foi exatamente o que vimos".

Essa camada de nuvens brancas é feita de gelo de amónia. Quando as nuvens brancas flutuam até altas altitudes, elas encobrem o material castanho, que fica mais abaixo. Num intervalo de algumas décadas, o Cinturão Equatorial Sul fica completamente branco por três anos, um evento que intrigava os cientistas.

A faixa branca não foi a única coisa a mudar no planeta. Ao mesmo tempo, a Grande Mancha Vermelha tornou-se mais escura. Orton disse que a cor da mancha - uma tempestade que tem três vezes o tamanho da Terra e já dura mais de um século - provavelmente ficará mais brilhante à medida que o cinturão retorna.

fonte: Estadão

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