domingo, 19 de dezembro de 2010

Mulher que não sente medo ajuda cientistas


Apesar de já ter sido ameaçada com uma arma de fogo confessa que não teve medo, é, por isso, a esperança dos cientistas para tratar fobias extremas e transtornos de stress pós-traumático.

Mary (nome fictício), é uma mãe de dois filhos e 44 anos que serviu de cobaia a investigadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, para estudarem os efeitos da ausência de uma estrutura cerebral responsável pelas emoções.

Por causa de uma doença, as chamadas amígdalas cerebrais da paciente ficaram destruídas. Os cientistas já sabiam que essas estruturas em forma de amêndoa, localizadas uma de cada lado do cérebro, são responsáveis pela geração do medo em animais. Com o caso de Mary, consideram que, pela primeira vez, é possível confirmar cientificamente que a ausência dessa estrutura também impede a experiência do medo em humanos.

Num estudo publicado na revista científica Current Biology, os cientistas afirmaram que para lhe provocar medo, expuseram Mary a serpentes, aranhas vivas, levaram-na a dar um passeio numa casa assombrada e mostraram-lhe filmes de grande apelo emocional. Afirmam que «em nenhum momento ela manifestou medo».

«Da mesma forma, ao longo de uma bateria de questionários de perguntas e respostas (avaliando o receio de morrer ou falar em público), três meses de amostras de experiências na vida real e uma história de vida repleta de eventos traumáticos, Mary repetidamente demonstrou ausência de manifestações abertas de medo e pouca experiência geral de medo».

Os cientistas confessaram ter ficado especialmente impressionados com a reacção da mulher sem medo a cobras e serpentes vivas, pois quando levada para uma loja de animais de estimação, terá começado a tocá-los imediatamente, por curiosidade.

Além disso, Mary assegura ter passado por situações violentas e potencialmente traumáticas - já foi ameaçada com faca e arma de fogo- sem manifestar nenhum temor.

Os cientistas acreditam que as conclusões deste estudo, que foi publicado na revista científica Current Biology, podem ajudar a direccionar o tratamento de pacientes com fobias extremas ou transtornos de stress pós-traumático, como por exemplo veteranos das guerras do Iraque e Afeganistão que vivem com um sentimento constante de perigo.

fonte: Sol

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