segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cientistas descobrem subespécies distintas de leopardo-nebuloso no Bornéu e Sumatra


leopardo-nebuloso


Crias de leopardo-nebuloso

O leopardo-nebuloso não pára de surpreender. Só há quatro anos se descobriu que as ilhas do Bornéu e Sumatra têm uma espécie diferente da que ocorre no continente asiático. Agora, sabe-se que aquelas ilhas albergam animais tão diferentes que foram classificados como duas subespécies.

Graças a análises genéticas e morfológicas, uma equipa internacional de investigadores - liderados pelo Instituto Leibniz para a Investigação em Vida Selvagem, em Berlim – demonstrou que o leopardo-nebuloso-do-Bornéu (Neofelis diardi) se subdivide em duas subespécies.

Os investigadores - coordenados por Andreas Wilting e Joerns Fickel, daquele instituto - chegaram a esta conclusão depois de analisar amostras de pêlo e ossos em vários museus de História Natural.

“Apesar de já suspeitarmos que os leopardos-nebulosos-do-Bornéu estão separados geograficamente nas ilhas do Bornéu e Sumatra desde a última Idade do Gelo, ainda não sabíamos se este longo isolamento tinha originado uma separação em subespécies”, explicou Wilting ao site “Science Daily”.

Ao longo do seu estudo, os investigadores conseguiram detectar diferenças genéticas e morfológicas consideráveis entre as duas populações, explicou Per Christiansen, da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, e co-autor do estudo. Estas diferenças foram suficientes para os cientistas descreverem agora duas subespécies: uma que apenas ocorre em Sumatra e outra endémica do Bornéu. Ainda assim, ambas as populações têm padrões de tonalidades da pelagem muito parecidos. Os cientistas acreditam que isto se deve ao facto de os habitats tropicais no Bornéu e Sumatra serem muito semelhantes.

Os investigadores explicam a separação em subespécies com catástrofes naturais como a erupção vulcânica Toba, em Sumatra, há 75 mil anos. Joerns Fickel considera que este evento teve consequências dramáticas para a fauna e flora do Sul da Ásia. Apenas duas populações de leopardos-nebulosos terão sobrevivido à erupção: uma no Sul da China (Neofelis nebulosa) e outra no Bornéu (Neofelis diardi). Num cenário plausível, esta última população terá recolonizado a ilha de Sumatra através de línguas de terra na Idade do Gelo e depois evoluiu para uma subespécie diferente à medida que os níveis do mar subiram e isolaram as duas ilhas.

Ambas as subespécies estão classificadas como Ameaçadas pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), uma vez que ocorrem em populações com poucos indivíduos e exigem grandes extensões de habitat para sobreviver.

Estima-se que existam entre cinco mil e onze mil leopardos-nebulosos na ilha do Bornéu; em Sumatra a população está estimada entre três mil e sete mil.

fonte: Público

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