domingo, 27 de março de 2011

Sismo no Japão faz disparar pesquisas online relacionadas com o “fim do mundo”



Paralelamente às profecias, proliferam igualmente pela Internet os teóricos de conspirações internacionais


Desde o sismo que as pesquisas online sobre o “fim do mundo” aumentaram exponencialmente. Usando o Google Trends, a ferramenta que permite perceber quais os termos mais pesquisados, concluí-se que a expressão end of the world [fim do mundo] aumentou exponencialmente no dia 11 de Março (ver imagem).

As teorias da conspiração e as profecias voltaram a estar na ordem do dia. O jornal espanhol ABC publicou recentemente um apanhado destas teorias que prevêem, muitas delas, o final do mundo para 21 de Dezembro de 2012.

O mais famoso dos profetas é Nostradamus. O astrónomo francês (1503-1566), que previu que o fim do mundo terminaria com um “grande conflito”, começou igualmente a ser mais procurado pelos internautas após o sismo. O Google Trends mostra igualmente a ascensão meteórica do nome do homem que muitos acreditam ter previsto os ataques de 11 de Setembro após os acontecimentos do Japão. Os cépticos sublinham, porém, que as previsões de Nostradamus são tão vagas que é relativamente fácil pegar nas suas palavras e adaptá-las a acontecimentos que entretanto tiveram lugar.

As profecias Maias são igualmente muito populares na Internet. Há sete:


#1 - Em 2012, a Terra, tal como nós a conhecemos hoje, deixará de existir; 


#2 - O que restar da Humanidade passará a viver em crise absoluta, num tempo de penúria; 


#3 e #4 - Mudanças climáticas vão assolar o Planeta; 


#5 - Aprenderemos com os nossos erros; 


#6 - Através de um “Apocalipse”, um cometa anunciará uma nova forma de vida; 


#7 - O Homem e o Mundo aprenderão a ser um só. A Humanidade voltará a dar valor à Natureza.

Uma vez mais, fazendo uma pesquisa no Google Trends por “mayan prophecy”, percebemos que previamente aos acontecimentos de 11 de Março não havia tendência de buscas pela expressão (pelo menos desde o início do ano) e que, nesse exacto dia, houve um pico nas pesquisas.

O calendário Maia augura o fim da nossa existência para o dia 21 (embora alguns textos falem do dia 22) de Dezembro de 2012. Os seguidores destas teorias defendem que o sismo no Japão, que provocou o deslocamento do eixo da Terra em 25 centímetros, está relacionado com o cumprimento da primeira profecia, que diz: “a Terra ver-se-á afectada por mudanças no sol mediante uma alteração no seu eixo de rotação”. De acordo com os textos Maias, a partir deste movimento irão começar a acontecer “grandes cataclismos”, especialmente se considerarmos o tsunami imediato que provocou milhares de mortos e desaparecidos, refere o site do ABC.

O jornal espanhol informa ainda que, de uma forma mais contemporânea, a vidente latino-americana Luz de María de Bonilla publicou no seu blogue uma série de referências ao Japão nos dias que antecederam o sismo. Mensagens como “Rezem pelo Japão” (20 de Fevereiro) e “Rezem, a água causa grande destruição” (14 de Fevereiro) foram publicadas online pouco antes da tragédia.

A vidente, que alega falar com a Virgem Maria, publicou igualmente no passado dia 3 de Fevereiro a mensagem: “Rezem pela Checoslováquia e Portugal, as orações são urgentes”. Quanto a Portugal, a braços com uma grave crise, necessitará de toda a ajuda que conseguir. No que respeita à Checoslováquia, a coisa complica-se. Oficialmente este país já não existe desde 1992.

Teorias da conspiração

Paralelamente às profecias, proliferam igualmente pela Internet os teóricos de conspirações internacionais. Benjamin Fulford, jornalista canadiano naturalizado japonês, a partir de onde chegou a trabalhar para a revista “Forbes”, é um deles. A curva de pesquisa pelo seu nome aumentou gradualmente após o sismo, segundo o Google Trends.

Para Fulford, o sismo no Japão foi, nada mais nada menos, que obra dos Estados Unidos, através do programa HAARP (High Frequency Active Auroral Research Program). Este programa estuda as propriedades da ionosfera e, segundo Fulford, através dele os EUA têm a capacidade de poder criar terramotos. E terá sido exactamente isso que aconteceu aqui, na opinião do jornalista.Um vídeo em que o jornalista falava, já em 2008, deste programa HAARP e da ameaça que ele representava para a Humanidade não tem parado de receber visitas (ver vídeo abaixo).

A verdade é que este programa HAARP tem estado envolto em polémica praticamente desde a sua criação, durante a Guerra Fria. Pensado inicialmente como um programa que serviria para facilitar as comunicações com submarinos equipados com armas nucleares, o HAARP é hoje um “aquecedor ionosférico” [relativo à ionosfera], como descreveu a escritora, Sharon Weinberger, especialista americana em questões de defesa nacional e que assume que este programa é uma mina para os teóricos de conspirações.

fonte: Público

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