domingo, 29 de maio de 2011

Descobertos sinais no ADN que regulam genes ligados a doenças


Um grupo internacional liderado por investigadores do Centro Andaluz de Biologia do Desenvolvimento (CABD), de Sevilha, descobriu sinais no ADN que regulam a expressão de diversos genes ligados a doenças humanas graves, anunciou hoje o IBMC.

Em comunicado, o Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto refere que o trabalho contou com a participação do investigador do IBMC Paulo Pereira e será publicado no próximo número da revista "Nature Structural & Molecular Biology". "No estudo são identificadas pequenas sequências de ADN, comuns aos genomas de muitas espécies, como ratos, galinhas e humanos, e que funcionam como barreiras entre genes vizinhos. Estes sinais de ADN, ou barreiras, têm uma função muito importante porque permitem que genes vizinhos no genoma mantenham a sua individualidade e que sejam regulados de formas distintas", refere o instituto.

Este mecanismo "poderá explicar, como exemplo, que proteínas com função enzimática sejam apenas produzidas no tecido ou órgão onde são necessárias". Assim, estes sinais de ADN "isolam e protegem os genes de interferências provocadas por genes fisicamente próximos no genoma", acrescenta o IBMC. A sua identificação neste estudo "poderá contribuir para uma melhoria no diagnóstico genético de doenças, porque permite a identificação dos genes afectados por mutações de risco, quando estas mutações não afectam a identidade da proteína produzida pelo gene, mas sim onde e quando essa proteína é produzida no organismo".

Para Fernando Casares (CABD), antigo investigador do IBMC e coordenador deste estudo, juntamente com José Luis Gómez Skarmeta (CABD), "é como se a nossa leitura actual do genoma fosse um poema do qual desconhecemos a métrica e os sinais de pontuação". "Isto traduz, de forma clara, a ideia que muitas doenças de foro genético poderão não estar directamente relacionadas com alterações da identidade da proteína produzida pelo gene afectado, mas sim por alterações no local e na intensidade de produção da proteína", salienta o IBMC.

fonte: DN

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