quinta-feira, 19 de maio de 2011

Milhões de "Júpiteres" podem existir sozinhos na galáxia


Entre as estrelas há um mundo de planetas

Os planetas sem estrelas são mais comuns do que se imaginava. Uma equipa de cientistas olhou para uma pequena área do centro da Via Láctea e identificou dez planetas do tamanho de Júpiter que estão longe de sóis.

A descoberta, publicada hoje na revista Nature, mostra que há quase dois "Júpiteres" por estrela, uma proporção muito maior do que se estimava, e milhões deles poderão estar a vaguear sozinhos no espaço.

“A nossa pesquisa é como um censo populacional – nós fizemos uma amostra de uma parte da galáxia e, com base nessa informação, estimámos o número [de planetas] da galáxia”, disse, citado pelo Guardian, Daniel Bennett, investigador da Universidade de Notre Dame, Estados Unidos. Bennett foi um dos autores da equipa internacional que juntou instituições do Japão, da Nova Zelândia, do Reino Unido ou do Chile.

A era da procura de planetas fora do sistema solar já produziu um manancial de informação. Na última década foram descobertos 500 planetas extra-solares, e muitos mais estão à espera de serem confirmados.

Já se conhecem estrelas com vários planetas a orbitar à sua volta, mas o que os cientistas viram na região do centro da galáxia, na direcção da constelação de sagitário, é diferente. A equipa descobriu dez planetas com a massa e a composição equivalente a Júpiter e a Saturno (compostos maioritariamente por hidrogénio e oxigénio), que estão a milhares de anos-luz de distância.

Segundo a técnica utilizada pelos cientistas, as estrelas mais próximas destes planetas estão, no mínimo, a dez unidades astronómicas de distância. Uma unidade astronómica equivale à distância entre a Terra e o Sol. Por isso, eles estariam ao dobro da distância que Júpiter está do Sol.

“Nós pensamos que eles se formaram à volta das estrelas e depois, durante os estádios finais da formação dos planetas, tenham sido ejectados, devido à interacção com outros planetas”, explicou Daniel Bennett. A migração de planetas não é um conceito novo: pensa-se que, no sistema solar, Úrano e Neptuno tenham estado em órbitas mais próximas e tenham viajado para regiões mais exteriores.

Através da contabilização de "Júpiteres" naquela pequena área, a equipa extrapolou o número de planetas daquele tamanho na galáxia e chegou à conclusão que existem cerca de 1,8 planetas semelhantes aJúpiter por cada estrela.

“Das duas uma, ou existe uma grande população de planetas com uma massa parecida com a de Júpiter, ou então, sim, existem muito planetas solitários por aí”, disse ao New York Times Sara Seager, uma teórica que estuda planetologia, no MIT, nos Estados Unidos.

A detecção dos planetas, feita pelo telescópio Moa, na Nova Zelândia, baseou-se na técnica das microlentes, que detecta quando um planeta do tamanho de Júpiter, ao passar à frente de uma estrela, potencia ligeiramente a luz dessa estrela que chega à Terra.

A técnica não consegue olhar para planetas mais pequenos, por isso, não se sabe quantos planetas do tamanho da Terra não têm a companhia de um Sol.

fonte: Público

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