sábado, 20 de agosto de 2011

O circuito elétrico que não precisa de bateria


Investigadores afirmam ter criado um circuito elétrico que se alimenta da energia existente no ambiente em seu redor.

A equipa de investigadores da Universidade Commonwealth da Virgínia desenvolveu um circuito que, segundo especialistas da Applied Physics Letters, pode mostrar o caminho para "um sistema lógico e de memória magnética não-volátil de alta densidade, mas de baixo consumo energético".

Em vez dos tradicionais "switches" que codificam os zeros e uns básicos dos sistemas computacionais através de circuitos baseados na polaridade, os investigadores aproveitaram o potencial da spintronics e da straintronics.

Spintronics é uma tecnologia que permite aproveitar a energia da rotação intrínseca de um eletrão e do seu campo magnético associado. Straintronics, por sua vez, é uma tecnologia que faz com que os eletrões se comportem como se estivessem num campo magnético quando lhes é aplicado um esforço.

Neste circuito, explicam os investigadores que, "durante a mudança de estado (de 0 para 1 e vice-versa), a spintronics usa muito menos energia que outros sistemas baseados na polaridade. No entanto, quando é acelerado para velocidades usáveis, a poupança de energia perde-se". Para evitar este efeito, os cientistas propõem a utilização de um composto chamado multiferroics que inclui um material piezoelétrico em contato íntimo com um nanomagneto, que muda de forma em resposta a um esforço físico que lhe é aplicado.

A eletricidade pode gerar esforço que vai causar uma mudança na direção do magnetismo, causando uma rotação dos eletrões na direção oposta. Os investigadores acreditam que a energia dissipada neste processo vai encontra-se na ordem dos 0,4 attojoules - um milionésimo de um milionésimo de um joule.

Ainda não se avistam utilizações comerciais para esta tecnologia, mas os investigadores preveem uma utilização em processadores indicados para o implante de dispositivos médicos em humanos. Os dispositivos poderiam assim recolher a energia necessária a partir do movimento corporal dos pacientes.


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