sábado, 20 de agosto de 2011

Os genes explicarão por que este canguru hiberna 11 meses no útero da mãe?


A espécie “Macropus eugenii" produz antibióticos no leite materno

O primeiro genoma de um canguru – da espécie Macropus eugenii – foi sequenciado por um consórcio de cientistas da Austrália, Estados unidos, Japão, Inglaterra e Alemanha. O resultado deste trabalho internacional, publicado na revista Genome Biology, deverá contribuir para esclarecer muitas das características misteriosas desta pequena espécie de canguru, como o facto de o seu período de gestação de 12 meses incluir 11 em que simplesmente hiberna no útero da mãe.

Depois de nascerem, com somente meio grama, as crias desta espécie passam nove meses na bolsa marsupial da mãe. Só a seguir é que vão em busca do mundo lá fora. Os adultos, quando se põem em pé, têm apenas meio metro de altura e o seu peso anda entre os cinco a sete quilos. Embora sejam criaturas mais nocturnas, por vezes também são vistos ao entardecer. Encontram-se no Oeste e Sul da Austrália, na Nova Zelândia e em várias ilhas da região. 

Outras das suas invulgares características é a de terem um olfacto excelente, que se descobriu ter na origem um detector de cheiro em que estão envolvidos 1500 genes. 

Também já se descobriu que o seu genoma tem genes responsáveis pela produção de antibióticos no leite materno, o que protege os recém-nascidos de infecções bacterianas, segundo refere um comunicado do grupo a que pertence a revista Genome Biology. 

Este genoma, o terceiro de um marsupial a ser sequenciado, pode vir a revelar-se muito útil no desenvolvimento de tratamentos para doenças humanas, realça um dos elementos do consórcio, Marilyn Renfree, da Universidade de Melbourne, na Austrália. A análise da sequenciação do genoma é acompanhada por uma série de artigos em várias revistas do grupo BioMed Central. 

Os antepassados dos cangurus separaram-se dos outros mamíferos há 130 milhões de anos, pelo que se espera igualmente agora aprofundar o estudo da evolução dos mamíferos. 

fonte: Público

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