sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Eris, o planeta anão da discórdia, é mais pequeno do que se pensava


Os "gémeos" Plutão (à esquerda) e Eris (à direita) (IAU / NASA)

Eris, o planeta anão da discórdia, que tirou Plutão da primeira liga do Sistema Solar em 2006, é mais pequeno do que se pensava. O astro passou à frente de uma estrela em 2010 e o eclipse, observado por telescópios do Observatório Europeu do Sul, serviu para se conhecer mais sobre o objecto.

As novas observações da equipa de Bruno Sicardy, do Observatório de Paris, permitiram uma nova medição do raio do astro. A 6 de Novembro, o telescópio austral europeu, em Silla, no Chile, deixou de ver uma estrela da constelação de Cetus durante 30 segundos e em São Pedro, deserto do Atacama, também no Chile, os astrónomos viram o mesmo eclipse durante 80 segundos. Eris passara à frente da estrela, e através das medições os cientistas concluíram que o seu raio era de 1163 quilómetros.

“Como o raio de Plutão se situa entre os 1150 e os 1200 quilómetros, Eris parece ser um gémeo de Plutão, com uma superfície mais brilhante”, disse a equipa citada pela AFP.

Quando foi descoberto, em 2003, ninguém adivinhava que Eris iria provocar uma revolução na classificação dos planetas. Situado a uma distância máxima de 15 mil milhões de quilómetros do Sol, mais longe do que Plutão e cem vezes a distância da Terra, na cintura de Kuiper – uma zona para lá de Neptuno repleta de objectos gelados –, Eris tinha as mesmas características que faziam com que Plutão fosse um planeta. Era redondo, pensava-se até que era maior do que Plutão, com 1200 quilómetros de raio, e mantinha uma órbita definida.

Mas o que a União Astronómica Internacional decidiu foi que ambos passavam a categoria de planeta-anão. A nova regra para definir um astro como planeta era que precisava de limpar a órbita de outros objectos. Ou seja, tinha de ser suficientemente grande e atrair os outros objectos à volta com a força da gravidade – o que não acontece nem com Eris, nem com Plutão. Por causar esta revolução, o astro ganhou o nome da deusa grega da discórdia. 

As novas observações também mostram que a superfície do planeta anão é brilhante. Reflecte 96% da luz solar, a neve fresca só reflecte 80%. “O brilho de Eris poderá ser explicado pelo solo gelado ser jovem ou ser frio”, explicou Bruno Sicardy.

O planeta-anão termina uma órbita ao fim de 560 anos e fica a uma distância mínima do Sol de seis mil milhões de quilómetros do Sol. Eris tem um satélite chamado de Disnomia, o nome da deusa da desordem, filha de Eris.

fonte: Público

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