sábado, 28 de janeiro de 2012

Criado router que permite controlar o cérebro


Uma pequena empresa norte-americana está a testar em animais um dispositivo que permite alterar, em tempo real, a atividade dos neurónios através de comunicações sem fios

A Kendall Research ainda não foi além do fabrico de protótipos, mas já começou a gerar controvérsia, com o desenvolvimento de implantes cerebrais que recorrem à optogenética para proceder a alterações de comportamentos nos portadores desses dispositivos.

Segundo os pressupostos da optogenética, é possível alterar geneticamente células, a fim de as dotar de uma capacidade de reação à luz. Os investigadores da Kendall Research pegaram nestes mesmos princípios e desenvolveram um dispositivo com três gramas de peso que deve ser usado junto à cabeça da cobaia. O protótipo tem incorporados LED e díodos de laser e ainda um implante cerebral que permite encaminhar as fontes de luz para os neurónios de um animal.

De acordo com a Technology Review, o protótipo conta ainda com um controladores de comunicações sem fios que permitem a conexão entre o cérebro do animal (ou o implante que tem no cérebro...) e um computador que se encontra a alguns metros de distância. O fornecimento de energia elétrica também é feito através de uma rede sem fios, usando supercondensadores que se encontram perto dos animais.

A capacidade de conexão com máquinas no exterior já levou os responsáveis da Kendall Research a classificar o protótipo como «um router do cérebro».

Apesar de inovador a vários níveis, o denominado “router cerebral” dificilmente se livra da polémica. Além de questões éticas relacionadas com a possibilidade de alterar o estado e as funções executadas pelos neurónios, os protótipos da Kendall Research podem padecer de limitações técnicas que são típicas deste novo campo do saber. Segundo alguns especialistas em neurologia, as técnicas de optogenética ainda não permite alterar de forma consequente e lógica o funcionamento dos neurónios.


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