sábado, 28 de abril de 2012

35 anos do "Chupa-Chupa", ou Discos Voadores na Ilha de Colares. A saga de um repórter



Em 40 anos de jornalismo, já escrevi milhares de matérias sobre temas polémicos nos jornais "A Província do Pará", "O Estado do Pará", "O Liberal", "Diário do Pará", revista "Isto É" e "O Estado de São Paulo", do qual sou correspondente no Pará há 18 anos. 

Conflitos agrários, devastação da Amazónia, grilagem de terras, extração ilegal de madeira, chacinas impunes, invasões e exploração em áreas indígenas, tráfico humano, trabalho infantil, crime organizado, corrupção de poderosos, violência contra a mulher, tráfico de animais silvestres, biopirataria, e por aí vai.

Nenhum desses temas, porém, despertou tanta atenção no meio ao qual pertenço, a imprensa, do que o chamado "Chupa-Chupa". Luzes misteriosas, vindas não se sabe de onde, que apavoraram a região entre Santo Antonio do Tauá, Mosqueiro, Baía do Sol e Vigia, principalmente a cidade de Colares, entre maio de 1977 e junho de 1978. 

Cobri os factos, entrevistei dezenas de pessoas simples, humildes pescadores e agricultores que me contaram sempre as mesmas histórias: naves surgiam do céu a velocidades espantosas, pairavam sobre casebres, e emitiam luzes que sugavam o sangue das pessoas.

Se eram ou não seres de outros mundos, não entro no mérito. Escrevi as reportagens baseado nos relatos. Prestes a completar 35 anos, as aparições em Colares já produziram dezenas de reportagens e filmes, inclusive em países distantes. 

E eu, como o repórter que esteve nos locais dos acontecimentos, acabei virando tema de reportagens, documentários, e especiais de TV, como "Globo Repórter", "Linha Direta", também da Globo, The History Channel, canais da Alemanha, Japão, Canadá e Inglaterra, e "A História que Veio do Céu", de uma produtora paraense.

Sempre me perguntam: "você viu os discos-voadores". A resposta, todos já sabem: "não, não vi". E em cima da resposta, a curiosidade de quem me ouve fica mais aguçada. 

Ufólogos, parapsicólogos, psiquiatras, lançam suas teorias, plantam suas certezas e descrenças. Para mim, pouco importa o que pensam sobre a minha participação.

Amanhã, sábado (21), a TV Cultura volta ao tema. Um repórter virá me entrevistar para uma edição especial. Direi as mesmas coisas e, dependendo da provocação do repórter, poderei ou não revelar algo que ainda não falei sobre o intrigante caso. 

O assédio agora é para saber quando finalmente irei lançar meu livro, contando fatos sobre o "Chupa-Chupa" que nunca revelei em minhas reportagens.

Uma editora dos Estados Unidos e outra da Inglaterra já fizeram sondagens sobre a exclusividade da publicação do livro em outros idiomas além do Português.

Estou estudando as propostas. Não tenho pressa.


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