sábado, 26 de outubro de 2013

O ouro cresce nas árvores?


Investigadores revelaram terem descoberto minúsculos vestígios de ouro em folhas de eucalipto, um surpreendente marcador da localização do metal no subsolo.

A descoberta pode constituir uma ajuda para os garimpeiros, sobretudo numa época de diminuição de reservas de ouro - as novas descobertas caíram 45% na última década - e de escalada de preços, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications.

"Esta ligação entre o crescimento de vegetação e os depósitos de ouro enterrados pode ser fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias para a exploração mineira", refere um resumo do estudo enviado à imprensa, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

Os eucaliptos podem "enviar" as suas raízes a grandes profundidades na busca por água em terras secas e até mesmo quebrar zonas ricas em ouro, onde absorvem partículas microscópicas do metal.

Uma equipa de cientistas da Austrália indicou ter mostrado agora que o ouro pode ser absorvido pelas raízes e "viajar" através da árvore, seguindo todo o caminho até às suas folhas, embora em concentrações insignificantes.

Em 2011, o Instituto Geológico dos Estados Unidos estimou existirem 51 mil toneladas de ouro em reservas de todo o mundo.

O preço do precioso metal sofreu um crescimento de 482% entre Dezembro de 2000 e Março deste ano.

Sessenta por cento do ouro transforma-se em joalharia, mas este metal é também um crucial componente na electrónica e usado na tecnologia médica, nomeadamente para o tratamento de cancro.

No âmbito do estudo, a equipa de cientistas analisou o crescimento de eucaliptos em duas zonas de exploração de ouro no sul e no oeste da Austrália, usando as imagens de raio-X para observar o ouro nas folhas, galhos, casca e solo.

Os eucaliptos, alguns dos quais podem crescer mais do que dez metros, têm um sistema de raízes profundas e extensas - algumas raízes chegaram a alcançar uma profundidade de 40 metros.

As concentrações de ouro encontradas são fracas - vários centésimos ou milésimos de grama por tonelada - e estavam mais presentes nas folhas, segundo os investigadores.

"O ouro é provavelmente tóxico para as plantas e é movido para as suas extremidades", refere o estudo.

Vestígios de ouro tinham sido já encontrados em plantas, mas nunca ficou claro se eram absorvidos ou fruto da acção do vento.

A nova descoberta "promove confiança numa técnica emergente que talvez possa levar ao futuro sucesso de exploração e manter a continuidade do fornecimento", escreveram os autores do estudo.

fonte: Sol online

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