terça-feira, 12 de julho de 2016

Nova espécie de tarântula é baptizada em homenagem a García Márquez


Uma nova espécie de tarântula, encontrada perto de Aracataca, a povoação natal do escritor colombiano Gabriel García Márquez, que morreu em 2014, foi baptizada em homenagem ao Nobel de Literatura, informou na terça-feira a Universidade Nacional (UN) da Colômbia.

«A espécie Kankuamo marquezi foi encontrada na zona alta da Serra Nevada de Santa Marta, perto de Aracataca, e pertence a uma espécie e género nunca antes documentado», afirma a UN em comunicado.

O grupo de cientistas uruguaios e colombianos, liderados por Carlos Perefán, da Universidade da República do Uruguai e autor principal da pesquisa, encontrou a nova espécie na zona alta da montanha, a 2.200 metros de altura, num ambiente chuvoso e frio.

A Kankuamomarquezi, chamada assim por García Márquez e pelo grupo indígena dos kankuamos - que habita essa zona e cuja cultura está em risco de extinção - tem um mecanismo de defesa conhecido como «pelos urticantes».

Várias tarântulas americanas dispõem dessa arma de defesa, que consiste em pelos finos e farpados do abdómen que lançam nos olhos ou mucosas dos seus predadores e na pele das pessoas quando se sentem ameaçadas, provocando uma forte irritação.

Esse mecanismo foi essencial para que os especialistas concluíssem que se tratava de uma espécie ainda não catalogada.

No caso da nova espécie, foi identificado um tipo diferente de pelo urticante, que é activado somente por contacto directo, informou a UN no comunicado.

«Soubemos que pertence a um novo género, porque tem traços morfológicos muito particulares», disse William Galvis, pesquisador do grupo de Aracnologia do Instituto de Ciências Naturais da UN, citado no texto.

A tarântula Kankuamomarquezi tem um corpo de três centímetros e patas do mesmo comprimento, de modo que «é percebida como um animal de aproximadamente nove centímetros».

Além da proximidade da terra-natal de García Márquez, a admiração dos cientistas que participaram da descoberta pela obra do Nobel colombiano também pesou na hora de escolher o nome da nova espécie, que apesar do seu mecanismo de defesa e aspecto peludo «não é agressiva», segundo a UN.


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