domingo, 13 de novembro de 2016

Encontro com neandertais permitiu adaptação do "homem moderno" fora da África


O encontro entre ancestrais dos seres humanos com outras espécies do mesmo gênero, como os neandertais, ajudou na adaptação para sobreviver fora da África, indicou um estudo divulgado nesta quinta-feira pela revista "Current Biology".

A pesquisa reuniu evidências descobertas por um grupo de cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, na cidade de Seattle. Ao sair da África, o Homo sapiens cruzou com espécies como os neandertais e teve uma descendência que foi beneficiada com a herança dos ancestrais.

Grande parte dos fragmentos de ADN que ainda restam desses "parentes distantes" quase não são registadas com frequência, mas o novo estudo identificou 126 lugares do genoma humano nos quais essas sequências aparecem com mais assiduidade que poderia ser esperado.

Dessas regiões identificadas, sete são vinculadas a características da pele e, sobretudo, ao sistema imune, um dos pontos essenciais no processo de evolução adaptativa, pois permitiu que os ancestrais enfrentassem diferentes doenças.

"Nosso trabalho mostra que a hibridação não foi só uma nota à margem da história humana, mas teve consequências importantes e contribuiu com a capacidade de nossos ancestrais de se adaptar aos diferentes entornos à medida que se dispersavam por todo o mundo", disse Joshua Akey, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

Para os cientistas, as evidências indicam que as sequências seguiram presentes no ADN porque eram vantajosas para os ancestrais dos homens modernos.

A hibridação com o homem de Neandertal ou de Denisova, que habitavam na Europa e na Sibéria, respectivamente, foi para os analistas uma "forma eficiente para se adaptar rapidamente aos novos entornos que o Homo sapiens encontrou ao sair da África".

Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram mapas genéticos recentemente elaborados a partir das sequências de ADN do homem de Neandertal e de Denisova identificadas em mais de 1.500 pessoas, todas de diferentes lugares.

No futuro, os cientistas esperam conhecer mais sobre a influência que tiveram esses genes, especialmente, sobre as implicações que poderiam ter nas doenças. 

fonte: UOL

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